Efeitos dos remédios na prática de exercícios
físicos
Ainda que pareçam
inofensivos, alguns remédios como antidepressivos, analgésicos e
betabloqueadores podem arruinar o desempenho de uma pessoa durante a prática
dos exercícios por consequência dos efeitos colaterais, como a hipotensão
arterial postural.
Praticar exercícios
físicos é importante para perder peso, garantir uma qualidade de vida melhor e
ainda prevenir doenças. Entretanto, além dos cuidados com a alimentação, os
praticantes precisam ficar atentos à ingestão de remédios antes das atividades
físicas.
Esse problema
corresponde a uma queda brusca da pressão arterial quando o indivíduo se põe de
pé, como explica Jomar Souza, presidente da Sociedade Brasileira de Medicina do
Exercício e do Esporte (SBMEE): “A hipotensão provoca tonturas, visão
escurecida, náuseas e vômitos, sonolência e até mesmo dores musculares”.
No organismo os
medicamentos liberam ou transformam substâncias que têm um determinado efeito
em cada tecido. Consequentemente afetam vários órgãos e sistemas do corpo.
Porém, de acordo com a clínica geral Lila Valente, da Clinic Med, esses efeitos
não ocorrem no organismo de todas as pessoas. Ou seja, apenas um pequeno
percentual desses usuários é atingido.
“Alguns
medicamentos retardam ou aceleram o metabolismo quando tomados momentos antes
das atividades. Isso dependerá da via de absorção e eliminação”, diz ela. “Os
antidepressivos, na maioria das vezes, agem aumentando os níveis de serotonina.
Isso prejudica a prática de exercícios aeróbicos, porque aumentam a frequência
cardíaca e a pressão arterial”, complementa.
Para as pessoas que
tomam remédios controlados por prescrição médica, Lila orienta que os cuidados
com a hidratação é fundamental para inibir os efeitos. Sendo assim, a pessoa
precisa ingerir entre dois litros e meio a três litros e meio de líquido
hipocalórico por dia, como água e sucos. “Deve haver um bom controle na
ingestão do sódio (sal) e no consumo excessivo de açúcares (carboidratos
simples). Em suma, manter as devidas proporções entre os macronutrientes
(carboidratos, proteínas e gorduras) de acordo a modalidade de atividade
física”, relata.
Acompanhe a lista
dos remédios e seus efeitos nas atividades físicas:
Anti-histamínicos:
são medicamentos utilizados para tratar alergias respiratórias como rinite e
alergias de pele (urticária e dermatite de contato). Quando consumidos antes da
prática, prejudicam o reflexo e causam sonolência. “Devem ser ingeridos duas
horas antes das atividades para não sofrer interferência metabólica”, explica
Lila Valente.
Betabloqueadores:
usados no tratamento de hipertensos, fazem o coração bater mais devagar durante
os exercícios. “Isso acarreta uma diminuição da quantidade de sangue bombeada
por minuto para os músculos que estão se exercitando, fazendo com que o
processo de fadiga muscular ocorra mais rapidamente”, comenta o presidente da
SBMEE.
Antidepressivos:
usados para melhorar o humor e, consequentemente, trazer uma sensação de
conforto emocional para pessoas com depressão, deixam a boca seca, efeito que
pode piorar durante a performance de um exercício. “Também causam dores de
cabeça em cerca de 18 a 20% das pessoas que utilizam. Além de aumentar a
frequência cardíaca e da pressão arterial, causam desconforto gastrointestinal,
insônia e cefaleia”, informa Lila Valente.
Analgésicos: são
utilizados para aliviar a dor de uma região do corpo sem amortecer os sentidos.
“Inibe a percepção da dor pelo cérebro, sem necessariamente atacar o foco do
problema. Causam sonolência e diminuição dos batimentos cardíacos”, alerta
Jomar Souza.
Analgésicos
narcóticos: também conhecidos como opióides, diminuem os batimentos cardíacos e
a pressão arterial, deprimem os centros respiratórios e podem levar até a paradas
cardíacas. “Cabe aqui uma informação importantíssima: nenhum tratamento deve
ser interrompido nem modificado sem o conhecimento do médico que prescreveu os
medicamentos”.
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