terça-feira, 20 de outubro de 2020

9º A - Geografia - Elias - De 19/10 a 23/10/2020

 

Roteiro de Estudos – E.E. Célia Keiko Ikeda (De 19/10 a 23/10/2020)

Ÿ Disciplina: Geografia

Ÿ Professor: Elias Rivelle de Freitas

Ÿ Ano/série: 9º Ano

Ÿ Turma(s): “A”

 

Atividade I

Habilidades/conteúdos: (EF09GE12) Relacionar o processo de urbanização às transformações da produção agropecuária, à expansão do desemprego estrutural e ao papel crescente do capital financeiro em diferentes países, com destaque para o Brasil.

Tempo previsto para execução: 4 aulas

Ÿ O que registrar para avaliação do professor: Ler o texto, copiar e responder atentamente as perguntas, entregando todas as atividades conjuntamente até às 16h00 do Dia 26/10 com identificação do(a) aluno(a), número e série/turma para o e-mail rivelle@professor.educacao.sp.gov.br e/ou via Whatsapp – (12) 99203-6629

 

Um mundo urbano

(Adaptado de: Adas, Melhem. Expedições geográficas / Melhem Adas, Sergio Adas. — 3. ed. — São Paulo: Moderna, 2018. p. 48-51)

 

O processo de urbanização

A urbanização é o processo no qual a população urbana cresce a taxas mais elevadas do que a população rural. É um fenômeno demográfico que se caracteriza pela tendência de concentração da população de um país ou região nas cidades.

A urbanização mais acelerada aconteceu a partir das Revoluções Industriais, entre a segunda metade do século XVIII e o século XIX, em países europeus, nos Estados Unidos e no Japão. A industrialização atraiu contingentes populacionais do campo para as cidades, em razão da necessidade de mão-de-obra para as fábricas.

Em países como Brasil, México, Argentina e outros, a urbanização é mais recente — intensificou-se a partir dos anos de 1950, com o crescimento da atividade industrial. É importante lembrar, porém, que em alguns desses países, como é o caso do Brasil, a urbanização não foi resultado apenas da industrialização, mas também de problemas existentes no campo, como a concentração fundiária, o difícil acesso à propriedade da terra e outros.

Como veremos adiante, a mecanização e a introdução de inovações científicas e tecnológicas em atividades agropecuárias também têm relações com a urbanização nos últimos 50 anos.

 

O crescimento da população urbana

Até o início do século XIX, a população urbana mundial não havia atingido 7% do total. Cerca de dois séculos depois, em 2008, pela primeira vez na história, a população urbana ultrapassou os 50% (cerca de 3,3 bilhões de pessoas). Segundo previsões da ONU, esse número chegará a 5,2 bilhões em 2030, representando 60,4% da população mundial, e a 6,7 bilhões em 2050, ou 68,4% do total.

Estima-se que, nas próximas décadas, o crescimento urbano nos países desenvolvidos não será muito elevado (cerca de 13%); entretanto, duplicará principalmente em países da Ásia e África em cerca de 15 anos.

Diante disso, uma parcela cada vez maior da população mundial estará exposta à pobreza, ao desemprego e aos riscos ambientais associados à urbanização acelerada, como a deficiência de saneamento básico.

Segundo a ONU, 30% da população urbana mundial vive em condições de pobreza, cerca de 1 bilhão de pessoas moram em áreas irregulares e habitações precárias, e entre 20 e 40 milhões de famílias não têm moradia. A falta de emprego é outro grave problema, levando 37% dos moradores de áreas urbanas a trabalhar na informalidade. Além disso, se confirmada a previsão de que, até 2050, a população urbana será de 6,7 bilhões, a pobreza nas cidades deverá se agravar caso não sejam tomadas providências para erradicá-la.



Cidades e hábitos de consumo mundializados

Em 2018, estimava-se que havia 525 cidades no mundo com mais de um milhão de habitantes; em 1950 elas eram apenas 86. Desde as últimas décadas, o aumento de pessoas nas cidades tem impulsionado o consumo de produtos diversos, desde aqueles essenciais à sobrevivência, como os alimentos, até os mais supérfluos. Como nessas aglomerações não há espaço para a produção de alimentos em larga escala, as pessoas são obrigadas a adquiri-los em feiras e supermercados ou em outros pontos de abastecimento. Além disso, o estilo de vida nas grandes cidades demanda o uso de produtos específicos para as pessoas trabalharem, se locomoverem, se comunicarem, entre outros.

Os modelos de consumo das grandes cidades são difundidos mundialmente e, em geral, seguidos por grande parte da população. Assim, as empresas transnacionais têm expandido seus negócios e investido muito em propaganda, o que influencia na mundialização de alguns hábitos e na implantação da globalização cultural.

 

Transformações da produção agropecuária e urbanização





A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) desenvolve pesquisas que têm contribuído com inovações científicas e tecnológicas para o setor agropecuário no Brasil e em outros países. Na foto, pesquisador no Laboratório Nacional de Nanotecnologia para o Agronegócio da Embrapa, em São Carlos, SP (2015).

 

As transformações da atividade agropecuária, decorrentes da introdução de inovações científicas e tecnológicas no campo, desde os anos 1960, ajudam a explicar não somente a intensa urbanização após esse período, como também o desemprego estrutural no campo.

A intensificação do uso de máquinas agrícolas, fertilizantes, defensivos agrícolas ou agrotóxicos e rações, além do melhoramento genético de plantas e animais, alteraram o rendimento e a produtividade da agropecuária.

Já em 1960, as sementes híbridas de cereais, obtidas em laboratórios de pesquisas, possibilitaram maior rendimento das lavouras e maior resistência a pragas e doenças, o que ficou conhecido como Revolução Verde.

Nos anos 1980, organismos geneticamente modificados (OGMs), começaram a ser desenvolvidos a partir de sementes transgênicas, representando outra inovação científica e tecnológica importante para as transformações na agropecuária.

As culturas com variedades de sementes de alto rendimento da Revolução Verde, como também os OGMs, exigem a utilização de grande aparato tecnológico — máquinas, tratores, defensivos agrícolas, fertilizantes, etc. Entretanto, o uso intensivo de agrotóxicos pela atividade agropecuária é responsável por grandes danos ambientais: ao solo, pois este os retém, comprometendo a sua biodiversidade; ao ar (o material em suspensão provoca danos à saúde humana e a outros seres vivos, além da contaminação de alimentos); às águas superficiais e subterrâneas, além de outros.

Nos anos 1990, com o desenvolvimento da Informática, muitas de suas inovações passaram a ser aplicadas na agropecuária: softwares para o gerenciamento dessa atividade; drones para detectar doenças e pragas em plantações e pastagens, falhas de plantio, excesso de irrigação, contagem do número de cabeças de gado, localização de nascentes de águas etc.; além de máquinas agrícolas computadorizadas.

As inovações científicas e tecnológicas, se por um lado favoreceram a agropecuária por meio do aumento do rendimento e da produtividade, por outro, substituíram parte da mão de obra empregada no campo e provocaram o desemprego estrutural, como já foi citado. Dispensadas do trabalho no campo, populações migraram para as cidades, também contribuindo para o processo de urbanização ocorrido nos últimos anos.

 

 Homem opera uma colheitadeira em plantação de soja no município de Itapetininga, SP (2016).

 

Urbanização e capital financeiro

O recente processo de urbanização se confunde com a história da industrialização e da formação do capital financeiro — o capital representado por títulos e papéis negociáveis que podem ser convertidos em dinheiro. Os bancos ou instituições financeiras, frutos do desenvolvimento do capitalismo, tiveram e têm papel importante na produção e circulação de mercadorias em todo o mundo. De que forma isso ocorre?

Essas empresas passaram a financiar as atividades produtivas e o consumo. Hoje, o capital financeiro está presente em quase todas as transações comerciais — a maioria das empresas e pessoas dependem de empréstimos para adquirir imóveis, máquinas, matérias-primas etc.

As cidades globais

A cidade sempre teve papel central na economia capitalista. Assim, os fatores locacionais para a implantação de instituições financeiras são, em certa medida, definidos pelo total da população de uma cidade e seu dinamismo

econômico. Foram esses fatores que historicamente comandaram a distribuição espacial do sistema financeiro. Daí se explica a concentração espacial da atividade financeira em grandes cidades como Nova York, Londres, Paris, São Paulo, entre outras, o que, contemporaneamente, permitiu a formação das chamadas cidades globais.

Atualmente, a importância econômica de uma cidade é definida pela disponibilidade de equipamentos do setor terciário da economia, como: empresas de intermediação financeira, bolsas de valores, empresas de propaganda, consultoria, seguros e centros de pesquisa.

Dependendo do grau em que concentram essas atividades e do alcance espacial que possuem, as cidades globais são divididas em três grupos, em ordem decrescente de importância: alfa, beta e gama. Nessa classificação, se uma cidade possui as atividades citadas anteriormente muito desenvolvidas e com alcance mundial, será uma cidade alfa. As cidades que contam com empresas de menor alcance espacial serão classificadas como beta e gama.

 

EXERCÍCIOS

 

1.   Explique com suas palavras o que é Urbanização.

 

2.   Comente sobre o crescimento da população urbana nos últimos tempos.

 

3.   Comente sobre os hábitos de consumo mundializados.

 

4.   Quais são as principais transformações na produção agropecuária em face do processo de Urbanização?

 

5.   Explique o que são Cidades Globais.

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